segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Contos de fadas em revista


Pocahontas, Branca de Neve, Jasmine, Ariel, Cinderela, entre outras viraram capa da revista Vogue pelas mãos do ilustrador Dante Tyler.






domingo, 6 de novembro de 2011

Grafite é Arte?

Uma lata de spray na mão, um muro ou fachada, talento e criatividade – grafite é arte? Para alguns, sim, para outros, não. Manifestação visual tipicamente urbana – na forma de desenhos, contemporâneos ou não –, iniciada como movimento social na Europa e nos Estados Unidos, nos anos 70, difundiu-se pelo mundo, constituindo uma importante cultura, à parte de qualquer definição artística conhecida anteriormente. Embora sua origem e aparência ainda provoquem preconceitos e dúvidas, aos poucos o talento de alguns grafiteiros vai se impondo e mudando o status do que era apenas transgressão. Três deles, reconhecidos internacionalmente, saíram das ruas da cidade de São Paulo: Eduardo Kobra e os irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, que assinam suas obras como Osgêmeos. Diferenciando-se da execrada pichação, o grafite ganhou até nome novo: street art ou, na versão brasileira, “arte urbana”. E, assim, vai invadindo galerias de arte e museus, como o Masp, em São Paulo.


Grafite anônimo na região central da cidade de São Paulo

Talvez a cidade mais grafitada do país, a capital paulista começou, este ano, a liberar as laterais de edifícios – que, antes da Lei Cidade Limpa, estampavam enormes anúncios publicitários – para grafites e murais. A prefeitura abrirá uma brecha na legislação para que as obras possam ser financiadas por empresas privadas. Em troca, estas poderão ter uma menção à sua marca na mesma fachada, no tamanho máximo de 40 cm de altura por 60 de largura, por três anos, sem renovação. Os desenhos poderão fazer menção indireta ao produto do patrocinador, mas não ser o tema central. Alguns projetos-piloto já podem ser vistos, como o de Osgê­meos, em um prédio do Vale do Anhangabaú; um mural de Eduardo Kobra, na avenida Tiradentes; e um de Daniel Melim, na avenida Prestes Maia. Outros locais já estão autorizados a expor obras.
Apesar do reconhecimento, Kobra não acredita em mudança de status. “Existe uma confusão a respeito. Ele sempre será irregular, pois se autorizar não será mais grafite”, explicou. Segundo o artista, não é a classificação que se está alterando, e sim a mentalidade das pessoas. “O conceito de arte é muito amplo, portanto não é tão simples dizer que o grafite pertence a esse âmbito. Agora, a população apenas reconhece o que sempre foi óbvio: não é necessário estar em uma galeria ou ser formado em artes plásticas para ser artista. A cidade de São Paulo é prova disso”, afirmou Kobra.  
Proprietário do Studio Kobra, desde pequeno o artista já se interessava por desenhos. Depois de 24 anos pintando muros e fachadas, suas obras podem ser vistas em cidades como Atenas, Londres, Paris e Rio de Janeiro, além dos diversos murais realizados em ruas e estabelecimentos de São Paulo, muitos deles reproduzindo cenas antigas da cidade e, dentre essas, algumas em estilo de tromp l´oeil. Atualmente suas produções em 3D, como a da Praça do Patriarca, demonstram a criatividade e a inovação possíveis no campo.

Grafites na cidade de São Paulo
Avenida 9 de Julho (anônimo)


Av. 23 de Maio (Osgêmeos)



Bairro da Liberdade (anônimo) e Bairro da Liberdade (anônimo)

Os gêmeos Gustavo e Otávio também desenham desde a infância, no bairro paulistano do Cambuci. Adolescentes, descobriram o grafite e, em 1995, fizeram a primeira exposição, no Museu da Imagem e do Som (MIS). A partir daí, receberam convites para trabalhar na Alemanha, Estados Unidos, Chile, Cuba e em diversos países europeus. Em 2007, fizeram uma de suas obras mais famosas: pintaram a fachada do Castelo de Kelburn, na Irlanda, juntamente com outros dois artistas. Em Nova York, um mural pintado pela dupla recebeu a seguinte definição do jornal The New York Times: “Fantástico e épico; um sonho de felicidade traçado à melancolia. Realismo fantástico”. Recentemente, pintaram também os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Além de Kobra e Osgêmeos, dezenas de outros artistas anônimos colorem a cidade de São Paulo. Alguns lugares já se tornaram points, como o movimentado túnel conhecido como “Buraco da Paulista”, que interliga a Avenida Paulista à Avenida Doutor Arnaldo e à Avenida Rebouças. Na rua Amaral Gurgel, as colunas da via expressa Elevado Costa e Silva, conhecido como “Minhocão”, exibem também inúmeros grafites.  

Alguns murais de Eduardo Kobra - impressionantes - na cidade de São Paulo


Avenida 23 de Maio

Esquina das ruas Fradique Coutinho com Purpurina, na Vila Madalena 


Avenida Hélio Pellegrino

Beco do Aprendiz
O Beco do Aprendiz, localizado entre as ruas Padre João Gonçalves e Belmiro Braga, na Vila Madalena, é, praticamente, uma galeria de arte a céu aberto. O local começou a ser usado pela Ong Associação Cidade Escola Aprendiz, em 1999, como parte do projeto “Cores da Vida”, que ensina jovens a grafitar. No ano passado, em parceria com uma empresa de tintas, o projeto “Murada”, da associação, revitalizou o Beco. Com a ajuda de grafiteiros já experientes, como Pato, Prozak, Boleta e Ciro, as regiões paulistanas – Norte, Sul, Leste e Oeste – foram representadas nos muros.
E o grafite começa a invadir também áreas particulares. Bares, lanchonetes, residências, metrôs, trens e até um hospital já exibem em suas paredes obras de grafiteiros. Porém, a institucionalização remete à questão que Kobra levanta: se é autorizado, ainda é grafite?

                                                                                                                           

 Revista Ser Médico

Fotos de antes, recursos de hoje




Fotografias memoráveis foram tiradas, antigamente, com as velhas câmeras analógicas. Como elas ficariam se fossem tratadas com os recursos tecnológicos atuais, como o Instagram, do iPhone, que adiciona filtros retrôs fazendo qualquer foto parecer artística e estilizada? O blog mastergram resolve essa dúvida e reproduz fotos famosas antigas como se tivessem sido tiradas com o aplicativo. Algumas ficaram tão boas quanto na versão original, outras nem tanto. Para quem quiser comparar, a foto original também está disponível.

                                                                                                   Fonte:
Uol Tecnologia

Presente da Natureza - Árvores surreais







Qualquer árvore é especial, mas algumas delas são tão exóticas que parecem ser de outro planeta. A Dracaena cinnabari, por exemplo, tem a forma de um guarda-chuva. Originária de Socobra, um pequeno arquipélago formado por quatro ilhas no Oceano Índico, ela possui uma seiva de cor vermelha que deu origem ao seu nome popular “sangue de dragão”.

As baobás são magníficas. O melhor lugar do mundo para vê-las é Madagascar, ilha africana de Moçambique, onde existem seis das oito espécies conhecidas. Seu tamanho pode oscilar de 3 a 30 metros. As outras duas espécies são encontradas em território moçambicano e na Austrália.

Não parta




Ter trinta e poucos anos significa, entre outras coisas, que é praticamente impossível reunir cinco casais num jantar sem que haja pelo menos uma grávida. E estar na presença de uma grávida significa, entre outras coisas, que é praticamente impossível falar de qualquer outro assunto que não daquele rotundo e miraculoso acontecimento, a desenrolar-se do lado de lá do umbigo em expansão.
Enquanto a conversa gira em torno dos nomes cogitados, da emoção do ultrassom, dos diferentes modelos de carrinho, o clima costuma ser agradável e os convivas se aprazem diante da vida que se aproxima. Mas eis então que alguém pergunta: “e aí, vai ser parto normal ou cesárea?”, e toda possível harmonia vai pra cucuia.
Eu, do fundo de minha desprezível condição masculina, não sabia que “a forma correta de dar à luz” era um tema tão controverso quanto o futebol ou a política, capaz de despertar paixões e dividir o mundo – ou, ao menos, um jantar –,  em duas metades antagônicas e inconciliáveis.
Num extremo, estão as mulheres que querem parir de cócoras, ao pé de um abacateiro, sob os cuidados de uma parteira de cem anos, do interior da Paraíba, tendo como anestesia apenas um chá de flor de macaúba e cantigas de roda de 1924. Na outra ponta estão as que têm tremedeiras só de pensar em parto normal, pretendem ir direto pra cesárea, tomar uma injeção e acordar algumas horas depois, tendo no colo um bebê devidamente parido, lavado, escovado, penteado e com aquela pulseirinha vip no braço, já com nome, número de série e código de barras.
Os dois lados acusam o outro de violência: as naturebas dizem que a cesárea é um choque; as artificialebas alegam que dar as costas à medicina é uma irresponsabilidade. Eu, que durante meses ouvi calado as discussões, pesei bastante os argumentos e cheguei, enfim, a uma conclusão: o parto normal é um escândalo, a cesárea é uma vergonha; dar à luz, de qualquer forma que seja, é uma violência sem tamanho e sou contra. Inicio aqui, portanto, uma campanha: abaixo o nascimento! Viva a gravidez!
Imaginem só a situação: os primeiros grãos de consciência germinam em seu cérebro. Você boia num líquido morninho – nem a gravidade, essa pequena e constante aporrinhação, te aborrece. Você recebe alimento pelo umbigo. Você dorme, acorda, dorme, acorda e jamais tem que cortar as unhas dos pés. Então, de repente, o líquido se vai, as paredes te espremem, a fonte seca, a luz te cega e, daí pra frente, meu amigo, é só decadência: cólicas, fome, sede, pernilongos, pés na bunda, contas a pagar. Eis um resumo de nossa existência: nove meses no paraíso, noventa anos no purgatório.
Freud diz que todo amor que buscamos é um pálido substituto de nosso primeiro, único e grande amor: a mãe. Discordo. A mãe já é um pálido substituto de nosso primeiro, único e grande amor: a placenta. Tudo, daí pra frente – as religiões, os relacionamentos amorosos, a música pop, a semiótica e a novela das oito – é apenas uma busca inútil e desesperada por um novo cordão umbilical, aquele cabo USB por onde fazíamos, em banda larga, o download da felicidade. Do parto em diante, meu caro leitor, meu caro companheiro de infortúnio, a vida é conexão discada, wi-fi mequetrefe, e em vão nos arrastamos por aí, atrás daquela impossível proto-conexão.
No próximo jantar, se estiver do lado de uma grávida, jogarei um talher no chão e, ao abaixar para pegá-lo, cochicharei bem rente à barriga: “te segura, nego! Quando começar a tremedeira, agarra bem nas paredes, se enrola no cordão, carca os pés na borda e não sai, mesmo que te cutuquem com um fórceps, te estendam uma mão falsamente amiga, te sussurrem belas cantigas de roda, de 1924. Te segura, que o negócio aqui é roubada!”.

                                                                                     Antonio Prata
 



sábado, 5 de novembro de 2011

Um gato em Paris


Dica de filme

O desenho animado francês, feito de lindas cores e belos traços à mão, tem ação, suspense e drama, além de ritmo pulsante. Só não ganha uma estrela extra porque não puniu um dos vilões — exemplo, que, para a criançada, não pega nada bem. Em Paris, uma delegada tem o marido assassinado por um famigerado criminoso e, na ânsia de encontrá-lo, deixa a pequena filha aos cuidados de uma babá. A menina ficou traumatizada com a perda do pai e gosta da companhia de um gato. Mas o felino tem vida dupla: na calada da noite, ele se alia a um ladrão para roubar apartamentos enquanto seus donos dormem.
Fonte: VEJA São Paulo


Crônica do Amor




Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.


O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
Arnaldo Jabor

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Comprendre l'autre



Compreender o outro...
E quando o outro não nos compreende?
Melhor palavra, na melhor hora; sempre uma alternativa, sorrisos precisos, em vão!
A sociedade cada vez mais individualista acaba transformando seus agentes em personagens egoístas, intransigentes, pois se vivemos num meio assim, o que nos fará mudar?
O importante deveria ser o afeto, as palavras ( não aquelas que são proferidas com o intuito de magoar, ferir) e sim as precisas, coerentes, eficazes.
Compreender também significa abranger, saber apreciar, alcançar com inteligência...
Acho que algumas pessoas deveriam ser contempladas com dicionários ao invés de bens materiais etnocêntricos.
Só assim saberiam o poder que as palavras tem...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O fim da escrita




Como grande amante das letras não pude deixar de me estarrecer com a leitura de uma matéria publicada na revista VEJA de 27/07/2011, com o sugestivo título de "A mão ativa do cérebro" a reportagem aborda a decisão do estado de Indiana (E.U.A) que desobrigou as escolas a ensinarem a letra cursiva, devendo os educandos se especializarem em digitação em teclados de computador, já que segundo o argumento, é muito mais usado.
É claro que a internet tem feito parte da vida de muitas pessoas com faixas etárias cada vez menores, mas daí se pressupor que uma escrita convencional seja facultativa no sistema escolar é devastador, é renegar a sociedade a qual estamos inseridos, ultrajar documentos que marcaram a história como cartas de abolição, letras rasuradas de músicas que se tornariam hino de uma geração, entre outras formas.
Penso agora em Olavo Bilac, poeta parnasiano que exaltou a Língua Portuguesa: "Última flor do Lácio, inculta e bela, és, a um tempo, esplendor e sepultura..."

Corre-se o risco das próximas gerações lembrarem de nossa língua somente como um arquivo em PDF, contribuindo assim para o fim da fluidez na leitura.

terça-feira, 19 de julho de 2011

"A mãe perfeita é um mito"






Elisabeth Badinter é professora da École Polytechnique. Em recente entrevista causa mais uma polêmica com as feministas ao fazer declarações sobre a maternidade.

" A experiência mostra de forma bastante enfática que, em geral, mulheres que nunca desejaram a maternidade, mas que acabaram tendo filhos em razão da pressão da família e dos amigos, tornam-se mães impacientes, frustradas e medíocres. É espantoso que em um mundo tão moderno como este em que vivemos não pareça razoável que uma mulher simplesmente não deseje ser mãe. 
É como se isso significasse uma recusa à própria natureza. Os estereótipos negativos sobre as que não querem ter filhos são os piores possíveis: egoístas, insatisfeitas, imaturas, incompletas, carreiristas, só para citar alguns.
Mesmo que eles não sejam verbalizados, estão sempre presentes. Uma bobagem que tem raízes mais antigas no pensamento ocidental."

Sábias palavras (grifo meu).

sábado, 16 de julho de 2011

Bullying



É incompreensível banalizar algo tão desolador. Enfim um modismo que vale a pena, pois o desacato, impertinência, violação sempre existiram só não eram expostos midiaticamente.
Não serei conivente com isso, nunca!
A poesia a seguir é meu manifesto, simples e sincero.




Sua falta de ética
impede que enxergue
a dignidade nas pessoas.

Não se esqueça:
esse abuso é entre iguais
ou será que o diferente é você?

Seu comportamento destrutivo
arruinará qualquer possibilidade
de socialização.

Crianças, adolescentes
em fase de desenvolvimento,
descobertas e emoções em ebulição,
mas você só quer continuar
com toda essa agressão.

Já se perguntou como quero ser vista?
O que penso sobre isto?
Deixando o medo de lado lhe direi:
_ Me respeite!
Não há mal em ser diferente
só diga o contrário com o meu consentimento!





sexta-feira, 15 de julho de 2011

Bad Girl






Essa arte é de uma texana chamada Pagie Thompson. Mulher selvagem, fatal que pode ser má ou um doce quando quer como nas fotos acima. Fiz um poema assim:



Não quero te assustar
posso gritar mais alto agora
ainda quer ir embora?

Seja prudente,
posso ser tão má quando quero,
sou realmente capaz de qualquer
ato impensado.

Posso te cortar em pedaços
se partir meu coração.
Como me tornei tão odiosa?
A resposta está em suas mãos.

O que aconteceu com a garota boa e compreensiva?
Não existe mais, cansou de ser passiva.


Cuidado!









terça-feira, 12 de julho de 2011

Tatuagem


O amor era demais
não cabia dentro do peito,
deveria ser expresso
de forma verdadeira e visível,
foi então que o sentimento transbordou
e seu corpo de cores inundou.

Em cada perfurar da agulha
milhares de pontos surgiam,
aos poucos os traços despontavam.

Um misto de dor e ansiedade
a pele rasgada sangrava
o êxtase transformava a experiência em indolor
só o que importava era arte final.

Lembrança daquele amor
que naquela pele para sempre se eternizou.

A meu amigo



Adolescência, inocência,
novas experiências em conjunto,
amizade despontou no instante em
que nossos olhos se cruzaram,
mas admitir? Pelo contrário.

Falsos inimigos, combates perdidos,
os bons sentimentos prevaleceram
e a cumplicidade se manifestou.

Aprendizados diários,
brincadeiras encabuladas,
colegas de grupo e de farras armadas.

Como esquecer a primeira nota daquela lírica cantora
ou a música daquele cd rosa?
Ah, e como era rosa aquela maionese...

Palavras, risadas e carinho
e então, cada um seguiu seu caminho...
Andanças, mudanças, distâncias,
estradas opostas que se encontraram.

Faculdades, documentários,
filmes e nova postura,
livros, escolas e literatura.
Deveríamos mudar o roteiro
de Machu Pichu para Hollywood?.




segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cor


Um balão vermelho
flutua em direção ao infinito
apenas deixe-o voar.

Você vê o mundo em preto e branco,
nenhuma emoção ou luminosidade,
não tem sentido a vida
sem estar em perfeita simetria.

Feche os olhos.
Venha sonhar noite adentro,
entregue-se a novas sensações,
deixe fluir a imaginação.

E quando acordar,
uma explosão de cores a esperam
prontas para realçar
um novo capítulo da sua história.

Deixe-se colorir.








Tessitura Poética



REPENTINAMENTE


Olhares, sentidos aflorados
respiração ofegante,
encontros esperados.

Coração descompassado
mãos gélidas e corpos em ebulição
e então, o momento tão esperado:
um beijo e todo o conceito modificado.

Depois disto nada foi o mesmo
cada gesto, sorriso
escondiam inúmeros significados
que só os dois em seu íntimo,
sabiam decifrá-los.

Os dias não passavam em horas
e sim em suspiros, arrepios e tremores,
as lembranças dos momentos vividos
traziam a vida mais sabores.

E de repente...

O fel fez-se presente,
a paixão se esvaiu rapidamente,
o inabalável tornou-se adjetivo no pretérito
já que o novo veio algoz e pungente.

E assim fiquei,
com o gosto amargo dos que perdem o prumo,
perdem a música e a poesia, ou seja,
perdem tudo.

sábado, 23 de abril de 2011

Poemas de Dezembro





"Fazer da areia, terra e água uma canção
Depois, moldar de vento a flauta
que há de espalhar esta canção
Por fim tecer de amor lábios e dedos
que a flauta animarão
E a flauta, sem nada mais que puro som
envolverá o sonho da canção
por todo o sempre, neste mundo"

Carlos Drummond de Andrade

A flauta calma de Pã





De Apolo o carro rodou pra fora
Da vista. A poeira que levantara
Ficou enchendo de leve névoa
O horizonte;

A flauta calma de Pã, descendo
Seu tom agudo no ar pausado,
Deu mais tristezas ao moribundo
Dia suave.

Cálida e loura, núbil e triste,
Tu, mondadeira dos prados quentes,
Ficas ouvindo, com os teus passos
Mais arrastados,

A flauta antiga do deus durando
Com o ar que cresce pra vento leve,
E sei que pensas na deusa clara
Nada dos mares,

E que vão ondas lá muito adentro
Do que o teu seio sente cansado
Enquanto a flauta sorrindo chora
Palidamente.

Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa

A música



A música p'ra mim tem seduções de oceano!
Quantas vezes procuro navegar,
Sobre um dorso brumoso, a vela a todo o pano,
Minha pálida estrela a demandar!

O peito saliente, os pulmões distendidos
Como o rijo velame d'um navio,
Intento desvendar os reinos escondidos
Sob o manto da noite escuro e frio;

Sinto vibrar em mim todas as comoções
D'um navio que sulca o vasto mar;
Chuvas temporais, ciclones, convulsões

Conseguem a minh'alma acalentar.
— Mas quando reina a paz, quando a bonança impera,
Que desespero horrivel me exaspera!

Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"

El príncipe Baltasar Carlos, a caballo - Velázquez




Pintado em 1635-1636 para ocupar uma das portas do salão do palácio de Buen Retiro quando o príncipe Baltasar tinha seis anos, o retrato destaca dentro da série de pinturas de afeto, a originalidade, frescura e encanto da figura e pela bela paisagem ao redor.
Apresenta o infantil príncipe de feições encantadoras galopando com garbo e personalidade. 
A obra está no Museu do Prado desde 1819.

Saturno - Goya

Também chamada de Saturno devorando um filho, é uma obra fundamental para compreender o conjunto das obras do autor.
Goya representa um tema conhecido na história da pintura e da cultura ocidental e oriental. Saturno é uma figura mitológica que aparece na Teogonia de Hesíodo; Saturno devora seus filhos e filhas a medida que nascem, porém a mãe impede que devore o último, Zeus, que na idade adulta fará o pai vomitar os irmãos.
O momento da narrativa mais importante aos artistas é aquele em que Saturno devora seus filhos, tal como expresso na tela acima.
Goya apresenta um paroxismo: os olhos extraviados, a pressão das mãos no corpo, uma atitude que representa uma terrível humanidade.
A melancolia nem sequer a morte, mostram a crueldade mais extrema que exerce Saturno sobre uma jovem mulher, perceptível também ,em outras obras do autor que produz uma metamorfose bestial.

Goya



O Museu do Prado situa-se em Madri - Espanha.
Abriga obras de artistas como Velázquez e Goya.
Há um andar dedicado as pinturas negras de Goya, o artista realizou um total de quatorze pinturas diretamente sobre as paredes das salas.
Alguns exemplos: Saturno, Judith y Holofernes, La romeria de san Isidro entre outros.


Funciona de quarta a domingo das 9:00 as 20:00
Entrada: 8 euros.

Imperdível!!!!!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Calm Down




Sabe aqueles dias em que tudo parece dar errado? Acalme-se! Vai piorar!
Não se assuste pensando ser alguém pessimista escrevendo, é que a realidade às vezes é cruel.
Já dizia minha sábia professora de inglês: - "The life is hard sometimes!".
Só que o sometimes pode se transformar em always num piscar de olhos...
Dubiedade na pergunta, resposta atravessada, olhares enviezados, somente a dor emana.
Sensação de que poderia ter feito melhor, uma palavra, gesto ou decisão, enfim, tudo seria diferente.
Mas cá estou: sofrida, dormente, insana.
A verdade que a névoa esconde não pode ser menor do que o sol poente.
Deve entrar pela fresta deixada pela porta entreaberta e se fazer presente.
É um exercício dificil mas não impossível...

P.S. "The life is good too!"

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher




"As mulheres, durante séculos, serviram de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de refletirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural."
Virginia Woolf



Vento



"A maior dor do vento é não ser colorido."


Mario Quintana

segunda-feira, 7 de março de 2011

domingo, 6 de março de 2011

O Analfabeto Político - Bertolt Brecht




O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe,
da farinha, da renda de casa,

dos sapatos, dos remédios,
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e enche o peito de ar
dizendo que odeia a política.

Não sabe, o idiota,
que da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos
que é o político vigarista,
aldrabão, o corrupto
e lacaio dos exploradores do povo.

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe,
da farinha, da renda de casa,

dos sapatos, dos remédios,
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e enche o peito de ar
dizendo que odeia a política.

Não sabe, o idiota,
que da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos
que é o político vigarista,
aldrabão, o corrupto
e lacaio dos exploradores do povo.


Dialética



Segundo Marx, o indivíduo é o ser social, portanto precisa de um pensamento dialético para se ajustar a vida social e alcançar autonomia, que não significava isolar-se da sociedade e sim resolver seus problemas; pois uma das características da dialética é a autocrítica, o questionamento, a revisão das interpretações antes de produzir uma tese, para ele deve haver transformações exteriores e interiores numa sociedade mutável.
A dialética causa inquietude, contestação, insistência em não ser tratado como máquina, não aceitando domesticação.


Fonte: O que é dialética - Leandro Konder

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Vicissitudes





Delírio matinal
Palavras ao avesso
Momento surreal

Volto a fita até o ponto
Tentando entender o significado
Mas tudo está ao contrário...

Amor
    Amora
          Mora
                Ora

Novos ares, mesmas dúvidas
Única certeza: Amor - Agora!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Madredeus





Haja o que houver
Tempestividades
Desonra
Sonhos impossiveis
Desejos retalhados
Sob o céu da Mouraria
Estarei sempre aqui...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Enlace



Igreja.Lista de convidados.Padrinhos.
Vestido.Salão.Damas de honra.
Tic tac, tic tac, o tempo passa....

Os anos se vão e a única certeza é o sentimento
Que deverá perdurar até que o infinito nos separe
Já que a morte não é o fim, ou será?

Ansiedade, fúria, sensibilidade
Sensações que afloram e fluem pelo corpo.

Corpo. Corpos. Dois que se tornarão um;
Vida descompromissada com o futuro agora é uma lembrança
O certo é o presente.

Presentes espalhados pelo hall
Aliança, cumprimentos, pétalas caindo do céu
Tudo é mágico e amedrontador

E agora?
Correr desesperadamente sem um porto aparente?
Perder-se em devaneios domésticos?

Investir nessa nova e diferente vida
Só permite que o avesso se desmonte
E abra espaço para um novo começo.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Inesperado


Acordando, bocejos.
Já era um feito muito grande depois de tantas dores...
A campainha toca e sonolenta abre a porta com um movimento lento e preguiçoso... Em meio a visão embaraçada um perfil se molda a sua frente; seu olhar era lânguido, seu sorriso despretensioso, passava a mão pelos cabelos como se não soubesse o quão charmoso ficava.
Mordiscou o lábio tentando parecer naturalmente tentadora, o rubor tomava conta de seu fino rosto.
Silêncio. Troca de olhares. Silêncio. 
Enfim, ele tomou a iniciativa e quebrou o agonizante vazio entre aqueles dois corpos... Com um bom dia que a fez  estremecer, já se imaginou tocando aqueles lábios vorazmente, só podia ser esse o motivo da visita pensava, há tempos não recebia uma visita masculina.
Respiração ofegante, o momento se aproximava, seria convidada para jantar? Cinema? Passeio no parque? Seja lá qual fosse a opção, aceitaria!
-Sim,aceito, ela disse em voz alta.
-Como? Disse meio desconsertado o perfeito cavalheiro. Perdão, procuro a Senhorita Megan.
Então era isso! Ele já sabia meu nome, já devia saber tudo sobre mim, meus pratos prediletos, melhor filme, ator e claro, meu perfumer, recitou silenciosamente. Beliscou-se discretamente para certificar-se da veracidade daquela cena.
-Sou eu, Megan sou eu.
Um largo sorriso se abriu, passou mais uma vez a mão pelos cabelos só para deixá-la ainda mais em euforia.
Boca seca, mãos suadas,sorriso delicado, então, com um rápido gesto ele tirou algo do bolso.
Uma jóia? Ah, meu Deus, estou tão descabelada e descalça e sem maquiagem! Céus!
Numa fração de segundos entregou uma carta a ela e o sorriso se desfez.
-Cobrança do cartão, dois dias úteis ou a penhora dos bens.
-Passar bem. Até logo.
Ela permaneceu petrificada ao lado da porta, tentando entender a cena ocorrida a pouco.
Sentimentos se misturavam em sua cabeça, sensações reviravam seu estômago. Desabou na poltrona e com as lágrimas rolando leu aquelas malditas linhas.
Dando-se conta que não tinha saída, professou: " Há males que vem pra bem".
 Sua vida social tinha se dizimado em algum tempo do passado, sabia que um outro homem não bateria em sua porta tão cedo, de súbito alegrou-se e correu para sua bolsa deixada em uma cadeira no quarto.
-Quais contas devo deixar de pagar...Água? Luz? Não. Desta vez seria premeditado, não ficaria sozinha por muito tempo, seu plano já havia sido traçado: o carnê do carro novo!
Gargalhadas percorreram os corredores da casa por um longo período...


domingo, 16 de janeiro de 2011

Castelo de Chenonceau


O Castelo se localiza no Vale do Loire - França, também conhecido como o castelo das Sete Damas.
Foi destruído no século XVI, seu camareiro real herdou o castelo e o reconstruiu, sua principal atividade era o cultivo de girassóis. 
Imperdível!!!

Autonomia

Meu coração ainda pulsa...
Não mais por amores impossíveis, príncipes num cavalo branco
Pulsa por aventuras vindouras, descobertas pessoais
Escrevo agora meu conto de fadas
Faço, eu mesma, meu final feliz.


sábado, 15 de janeiro de 2011

Arc en ciel


Cidade Luz!
Na Champs-Elysées, carros trafegam em alta velocidade
O tempo não para.
Buzinas, ultrapassagens, semáforos...

Oui, oui, mon ami o tempo não para.

Não há espaço para conversa, um sorriso
Quem sabe um café na esquina?
Tudo é movimento, ida e volta
Pés cansados, pensamentos pesados

E nessa ânsia de chegarmos ao destino
Não percebemos pequenos avisos
Que emolduram a paisagem
E sem pedir passagem
Nos transmitem que a vida é feita de pequenos detalhes.

 "C´est la vie"


Perplexidade

A hora passa, tudo se move calmamente ao redor
De repente ela vem...Dona de si e de tudo.
Como se não precisasse pedir licença ou desculpa


Adentra casas, ruas, até cidades inteiras
Forte, serena, devastadora.


Leva consigo momentos vividos
Cenas que só se repetirão no vazio das lembranças...
Imponente, registra sua marca.
E nem olha pra trás, apenas deixa subentendido:
Eu voltarei!