segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Contos de fadas em revista


Pocahontas, Branca de Neve, Jasmine, Ariel, Cinderela, entre outras viraram capa da revista Vogue pelas mãos do ilustrador Dante Tyler.






domingo, 6 de novembro de 2011

Grafite é Arte?

Uma lata de spray na mão, um muro ou fachada, talento e criatividade – grafite é arte? Para alguns, sim, para outros, não. Manifestação visual tipicamente urbana – na forma de desenhos, contemporâneos ou não –, iniciada como movimento social na Europa e nos Estados Unidos, nos anos 70, difundiu-se pelo mundo, constituindo uma importante cultura, à parte de qualquer definição artística conhecida anteriormente. Embora sua origem e aparência ainda provoquem preconceitos e dúvidas, aos poucos o talento de alguns grafiteiros vai se impondo e mudando o status do que era apenas transgressão. Três deles, reconhecidos internacionalmente, saíram das ruas da cidade de São Paulo: Eduardo Kobra e os irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, que assinam suas obras como Osgêmeos. Diferenciando-se da execrada pichação, o grafite ganhou até nome novo: street art ou, na versão brasileira, “arte urbana”. E, assim, vai invadindo galerias de arte e museus, como o Masp, em São Paulo.


Grafite anônimo na região central da cidade de São Paulo

Talvez a cidade mais grafitada do país, a capital paulista começou, este ano, a liberar as laterais de edifícios – que, antes da Lei Cidade Limpa, estampavam enormes anúncios publicitários – para grafites e murais. A prefeitura abrirá uma brecha na legislação para que as obras possam ser financiadas por empresas privadas. Em troca, estas poderão ter uma menção à sua marca na mesma fachada, no tamanho máximo de 40 cm de altura por 60 de largura, por três anos, sem renovação. Os desenhos poderão fazer menção indireta ao produto do patrocinador, mas não ser o tema central. Alguns projetos-piloto já podem ser vistos, como o de Osgê­meos, em um prédio do Vale do Anhangabaú; um mural de Eduardo Kobra, na avenida Tiradentes; e um de Daniel Melim, na avenida Prestes Maia. Outros locais já estão autorizados a expor obras.
Apesar do reconhecimento, Kobra não acredita em mudança de status. “Existe uma confusão a respeito. Ele sempre será irregular, pois se autorizar não será mais grafite”, explicou. Segundo o artista, não é a classificação que se está alterando, e sim a mentalidade das pessoas. “O conceito de arte é muito amplo, portanto não é tão simples dizer que o grafite pertence a esse âmbito. Agora, a população apenas reconhece o que sempre foi óbvio: não é necessário estar em uma galeria ou ser formado em artes plásticas para ser artista. A cidade de São Paulo é prova disso”, afirmou Kobra.  
Proprietário do Studio Kobra, desde pequeno o artista já se interessava por desenhos. Depois de 24 anos pintando muros e fachadas, suas obras podem ser vistas em cidades como Atenas, Londres, Paris e Rio de Janeiro, além dos diversos murais realizados em ruas e estabelecimentos de São Paulo, muitos deles reproduzindo cenas antigas da cidade e, dentre essas, algumas em estilo de tromp l´oeil. Atualmente suas produções em 3D, como a da Praça do Patriarca, demonstram a criatividade e a inovação possíveis no campo.

Grafites na cidade de São Paulo
Avenida 9 de Julho (anônimo)


Av. 23 de Maio (Osgêmeos)



Bairro da Liberdade (anônimo) e Bairro da Liberdade (anônimo)

Os gêmeos Gustavo e Otávio também desenham desde a infância, no bairro paulistano do Cambuci. Adolescentes, descobriram o grafite e, em 1995, fizeram a primeira exposição, no Museu da Imagem e do Som (MIS). A partir daí, receberam convites para trabalhar na Alemanha, Estados Unidos, Chile, Cuba e em diversos países europeus. Em 2007, fizeram uma de suas obras mais famosas: pintaram a fachada do Castelo de Kelburn, na Irlanda, juntamente com outros dois artistas. Em Nova York, um mural pintado pela dupla recebeu a seguinte definição do jornal The New York Times: “Fantástico e épico; um sonho de felicidade traçado à melancolia. Realismo fantástico”. Recentemente, pintaram também os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Além de Kobra e Osgêmeos, dezenas de outros artistas anônimos colorem a cidade de São Paulo. Alguns lugares já se tornaram points, como o movimentado túnel conhecido como “Buraco da Paulista”, que interliga a Avenida Paulista à Avenida Doutor Arnaldo e à Avenida Rebouças. Na rua Amaral Gurgel, as colunas da via expressa Elevado Costa e Silva, conhecido como “Minhocão”, exibem também inúmeros grafites.  

Alguns murais de Eduardo Kobra - impressionantes - na cidade de São Paulo


Avenida 23 de Maio

Esquina das ruas Fradique Coutinho com Purpurina, na Vila Madalena 


Avenida Hélio Pellegrino

Beco do Aprendiz
O Beco do Aprendiz, localizado entre as ruas Padre João Gonçalves e Belmiro Braga, na Vila Madalena, é, praticamente, uma galeria de arte a céu aberto. O local começou a ser usado pela Ong Associação Cidade Escola Aprendiz, em 1999, como parte do projeto “Cores da Vida”, que ensina jovens a grafitar. No ano passado, em parceria com uma empresa de tintas, o projeto “Murada”, da associação, revitalizou o Beco. Com a ajuda de grafiteiros já experientes, como Pato, Prozak, Boleta e Ciro, as regiões paulistanas – Norte, Sul, Leste e Oeste – foram representadas nos muros.
E o grafite começa a invadir também áreas particulares. Bares, lanchonetes, residências, metrôs, trens e até um hospital já exibem em suas paredes obras de grafiteiros. Porém, a institucionalização remete à questão que Kobra levanta: se é autorizado, ainda é grafite?

                                                                                                                           

 Revista Ser Médico

Fotos de antes, recursos de hoje




Fotografias memoráveis foram tiradas, antigamente, com as velhas câmeras analógicas. Como elas ficariam se fossem tratadas com os recursos tecnológicos atuais, como o Instagram, do iPhone, que adiciona filtros retrôs fazendo qualquer foto parecer artística e estilizada? O blog mastergram resolve essa dúvida e reproduz fotos famosas antigas como se tivessem sido tiradas com o aplicativo. Algumas ficaram tão boas quanto na versão original, outras nem tanto. Para quem quiser comparar, a foto original também está disponível.

                                                                                                   Fonte:
Uol Tecnologia

Presente da Natureza - Árvores surreais







Qualquer árvore é especial, mas algumas delas são tão exóticas que parecem ser de outro planeta. A Dracaena cinnabari, por exemplo, tem a forma de um guarda-chuva. Originária de Socobra, um pequeno arquipélago formado por quatro ilhas no Oceano Índico, ela possui uma seiva de cor vermelha que deu origem ao seu nome popular “sangue de dragão”.

As baobás são magníficas. O melhor lugar do mundo para vê-las é Madagascar, ilha africana de Moçambique, onde existem seis das oito espécies conhecidas. Seu tamanho pode oscilar de 3 a 30 metros. As outras duas espécies são encontradas em território moçambicano e na Austrália.

Não parta




Ter trinta e poucos anos significa, entre outras coisas, que é praticamente impossível reunir cinco casais num jantar sem que haja pelo menos uma grávida. E estar na presença de uma grávida significa, entre outras coisas, que é praticamente impossível falar de qualquer outro assunto que não daquele rotundo e miraculoso acontecimento, a desenrolar-se do lado de lá do umbigo em expansão.
Enquanto a conversa gira em torno dos nomes cogitados, da emoção do ultrassom, dos diferentes modelos de carrinho, o clima costuma ser agradável e os convivas se aprazem diante da vida que se aproxima. Mas eis então que alguém pergunta: “e aí, vai ser parto normal ou cesárea?”, e toda possível harmonia vai pra cucuia.
Eu, do fundo de minha desprezível condição masculina, não sabia que “a forma correta de dar à luz” era um tema tão controverso quanto o futebol ou a política, capaz de despertar paixões e dividir o mundo – ou, ao menos, um jantar –,  em duas metades antagônicas e inconciliáveis.
Num extremo, estão as mulheres que querem parir de cócoras, ao pé de um abacateiro, sob os cuidados de uma parteira de cem anos, do interior da Paraíba, tendo como anestesia apenas um chá de flor de macaúba e cantigas de roda de 1924. Na outra ponta estão as que têm tremedeiras só de pensar em parto normal, pretendem ir direto pra cesárea, tomar uma injeção e acordar algumas horas depois, tendo no colo um bebê devidamente parido, lavado, escovado, penteado e com aquela pulseirinha vip no braço, já com nome, número de série e código de barras.
Os dois lados acusam o outro de violência: as naturebas dizem que a cesárea é um choque; as artificialebas alegam que dar as costas à medicina é uma irresponsabilidade. Eu, que durante meses ouvi calado as discussões, pesei bastante os argumentos e cheguei, enfim, a uma conclusão: o parto normal é um escândalo, a cesárea é uma vergonha; dar à luz, de qualquer forma que seja, é uma violência sem tamanho e sou contra. Inicio aqui, portanto, uma campanha: abaixo o nascimento! Viva a gravidez!
Imaginem só a situação: os primeiros grãos de consciência germinam em seu cérebro. Você boia num líquido morninho – nem a gravidade, essa pequena e constante aporrinhação, te aborrece. Você recebe alimento pelo umbigo. Você dorme, acorda, dorme, acorda e jamais tem que cortar as unhas dos pés. Então, de repente, o líquido se vai, as paredes te espremem, a fonte seca, a luz te cega e, daí pra frente, meu amigo, é só decadência: cólicas, fome, sede, pernilongos, pés na bunda, contas a pagar. Eis um resumo de nossa existência: nove meses no paraíso, noventa anos no purgatório.
Freud diz que todo amor que buscamos é um pálido substituto de nosso primeiro, único e grande amor: a mãe. Discordo. A mãe já é um pálido substituto de nosso primeiro, único e grande amor: a placenta. Tudo, daí pra frente – as religiões, os relacionamentos amorosos, a música pop, a semiótica e a novela das oito – é apenas uma busca inútil e desesperada por um novo cordão umbilical, aquele cabo USB por onde fazíamos, em banda larga, o download da felicidade. Do parto em diante, meu caro leitor, meu caro companheiro de infortúnio, a vida é conexão discada, wi-fi mequetrefe, e em vão nos arrastamos por aí, atrás daquela impossível proto-conexão.
No próximo jantar, se estiver do lado de uma grávida, jogarei um talher no chão e, ao abaixar para pegá-lo, cochicharei bem rente à barriga: “te segura, nego! Quando começar a tremedeira, agarra bem nas paredes, se enrola no cordão, carca os pés na borda e não sai, mesmo que te cutuquem com um fórceps, te estendam uma mão falsamente amiga, te sussurrem belas cantigas de roda, de 1924. Te segura, que o negócio aqui é roubada!”.

                                                                                     Antonio Prata
 



sábado, 5 de novembro de 2011

Um gato em Paris


Dica de filme

O desenho animado francês, feito de lindas cores e belos traços à mão, tem ação, suspense e drama, além de ritmo pulsante. Só não ganha uma estrela extra porque não puniu um dos vilões — exemplo, que, para a criançada, não pega nada bem. Em Paris, uma delegada tem o marido assassinado por um famigerado criminoso e, na ânsia de encontrá-lo, deixa a pequena filha aos cuidados de uma babá. A menina ficou traumatizada com a perda do pai e gosta da companhia de um gato. Mas o felino tem vida dupla: na calada da noite, ele se alia a um ladrão para roubar apartamentos enquanto seus donos dormem.
Fonte: VEJA São Paulo


Crônica do Amor




Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.


O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
Arnaldo Jabor